A Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, que ocorre de 1 a 7 de novembro, reforça a importância do diagnóstico precoce para a cura da doença. Instituída pela Lei 13.230/2015, a campanha realizada na primeira semana do mês chama atenção da população em geral e dos profissionais de saúde para o fato de que o estágio inicial do câncer de boca é silencioso, sem sintomatologia, mas a detecção no momento inicial pode representar 95% de chance de cura.
Com isso, a consulta com o cirurgião-dentista a cada seis meses é ideal para avaliação e prevenção dessa doença. Cooperada da Uniodonto Goiânia, radiologista, patologista oral e conselheira do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Tessa Botelho é defensora do diagnóstico precoce e explica que há grande importância no alerta para a conscientização de todos. Ela relata que a grande maioria dos pacientes não sabe a quem procurar e muitas vezes procura atendimento em estágios já avançados, não só do câncer de boca, mas também de inúmeras outras doenças benignas que afetam a cavidade oral.
“A grande maioria das pessoas pensa no cirurgião-dentista só quando se fala em dentes e esquece que a estrutura complexa da cavidade oral tem vários outros tecidos envolvidos e que doenças sistêmicas também podem se manifestar na boca, assim como tumores, doenças infecciosas e de outras naturezas que não têm correlação com os dentes”, completa a cirurgiã-dentista Tessa Botelho, que é atuante nas áreas de diagnóstico bucal e nos mercados odontológico e de ensino, nos níveis de graduação e pós-graduação, há mais de 20 anos.
A desinformação é apontada por ela e por outros especialistas como um dos principais problemas em relação ao câncer bucal, que mata milhares de brasileiros, principalmente do sexo masculino. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 15.100 novos casos por ano no triênio de 2023 a 2025, correspondendo ao risco estimado de 6,99 por 100 mil habitantes, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.
Papel estratégico
Na batalha contra o câncer bucal, o cirurgião-dentista, especialmente o que atua com estomatologia e o patologista oral, possuem um papel estratégico e fundamental. É por meio da consulta odontológica que o diagnóstico precoce e o encaminhamento para o tratamento adequado acontecem, além das orientações sobre os fatores de risco. Por isso, a Uniodonto Goiânia reforça a campanha junto a seus cooperados e beneficiários, inclusive de empresas incentivando a observação da saúde da boca e a consulta com um especialista em caso de lesões suspeitas.
De acordo com o INCA, a estratégia de detecção precoce para o câncer de boca recomendada no Brasil é o diagnóstico precoce de lesões suspeitas. Nesse trabalho em prol da saúde, a inspeção das estruturas da cavidade bucal é realizada para verificar o volume e o contorno, assim como a cor e a textura da mucosa de revestimento, em busca de alterações teciduais. Além disso, qualquer lesão na boca que não cicatrize em até 15 dias precisa ser investigada. E os principais fatores de risco para o câncer bucal e para parte dos tumores de orofaringe são tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Você sabia?
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral ocupa a oitava posição entre os tipos de câncer mais frequentes.
Em homens, é o quinto mais frequente na Região Centro-Oeste.
Entre as mulheres, é o 15° câncer mais frequente no Centro-Oeste.
No Brasil, em 2020, ocorreram 6.192 óbitos por câncer da cavidade oral, correspondendo a um risco de morte de 2,92 por 100 mil habitantes.
Os principais sinais e sintomas de alerta para o câncer de boca são:
• Ulcerações não dolorosas persistentes por mais de 15 dias
• Placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, nas gengivas, no palato e na mucosa jugal que não decorrem de outra doença ou causa conhecida
• Nódulos no pescoço
• Rouquidão persistente
• Dificuldade de mastigação, deglutição ou fala
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA)
